O enorme terreno de 30 mil m2 onde estão sendo construídos os prédios da Globo necessitou de tratamento especial antes de receber a obra. Ocupado anteriormente por central de concreto, o terreno havia sido aterrado e apresentava restos de construção e pedaços de uma pedreira. Além do mais, possui um lençol freático a cerca de 2 m da avenida Nações Unidas. A Racional precisou remover nada menos do que 120 mil m3 de terra antes de iniciar os trabalhos.
O terreno foi comprado pela Globo no começo de 1996, e o trabalho da Racional foi iniciado quase imediatamente. Encarregada da execução da obra, gerenciada pela própria Rede Globo com apoio técnico da Concremat, a empresa foi contratada no regime de Perco Máximo Garantido - caso haja economia, ela deverá ser partilhada com a emissora e a construtora, explica Newton Simões Filho, diretor - presidente da Racional. "Já conseguimos equacionar os projetos dentro de um modelo o mais econômico possível."

   A obra está recebendo consultorias internacionais. As instalações (elétrica, hidráulica e dos sistemas de ar-condicionado e contra incêndio) têm a consultoria da norte-americana Jaros Baum & Bolles. Todo o material de proteção acústica está sendo importado da também norte-americana IAC. Na verdade, quase todas as frases do trabalho têm uma empresa de consultoria por trás. Uma das exceções à regra foram as fundações, projetadas isoladamente pela Fundacta.
Foram utilizados quatro tipos diferentes de fundação, para suportar as cargas dos vários tipos de edificação presentes no projeto. Os estúdios, que não têm subsolo, receberam estacas pré-moldadas de concreto. O Bloco de Jornalismo, igualmente sem subsolo mas com área maior, estações. Sapatas diretas foram empregadas no Bloco de Utilidades e perfis metálicos no subsolo e garagens do edifício comercial. As fundações mais profundas - na parte do subsolo - chegaram a atingir 12 m.
A execução do subsolo, cujas paredes são pré-moldadas, foi a que mais deu trabalho, pois era preciso afastar as águas do terreno. A solução foi o uso de uma parede-diafragma pré-moldada. Foi aberta uma trincheira ("Clam Shell") e aplicada lama bentonítica para estabilizar o terreno e solidarizar as paredes com a rocha do subsolo. "O sistema permitiu que fizéssemos as fundações sem a interferência de nenhuma água, com sensível redução de custos ", diz Pérsio Villa da Silva, gerente de contratos da Racional.

Ficha Técnica : Empreendimento : TV Globo São Paulo; Gerênciamento do Projeto e Execução : Racional Engenharia. Projetos : Arquitetura : Edo Rocha; Estrutura : Escritório técnico César Lopes; Fundações : FUNDACTA; Instalações : M.H.A Engenharia; Prevênção e Combate a Incêndio : Tecfire; Pavimentação: J.B.A. Engenharia (viário interno) e Michel Solla Consultoria (viário externo); Paisagismo : Isabel Duprat. Consultores : Equipontencialidade: Tesla; Ar-Condicionado : Consult-Ar; Acústica : Carlos Heugênio Hime; Estrutura e Pisos : Augusto Carlos Vasconcelos; Instalações : Jaros Baum & Bolles; Instalação Elétrica : Manager; Instalação Hidráulica : Gera; Heliponto : HR consultoria; Elevadores : Empro; Luminotécnica: Peter Grasper Associados; Esquadrias de Alumínio : Q.M.D./ Igor Alvim Consultoria; Segurança Patrimonial : Network; Impermeabilização : Proassp; Execução : Gerenciadora da Obra : Diretoria de Projetos Especiais da Rede Globo de Televisão e Concremat Engenharia; Elevadores : Villares; Concreto : Embu Concreto; Estacas Pré-Moldadas : Scac; Fundações Profundas : Geofix; Fôrmas Modulares : Peri Fôrmas; Aço e Tela : Gerdau; Lajes Alveolares Pré-Moldadas e Painéis de Fachada : Reago; Paredes-Diafragma Pré-Moldadas : CPI; Painéis Acústicos : IAC e Vibranihil; Terraplenagem : Mello Perez.

 

Matéria Publicada na Revista A Construção - São Paulo
"TV Globo - Plim Plim na Berrini"
Número 2592 - outubro/97 - páginas 15 a 21

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"Plim-Plim na Berrini"
(ALBERTO MAWAKDIYE)